Quantos mares se escondem por detrás desses teus olhos? Qual
é o teu segredo? Não sei que laço invisível foi esse em que você me prendeu. O
moço é todo mar. É todo onda. E é nessa onda que eu quero me arriscar. Eu não
sei qual o mistério que se esconde aí por detrás dessa cortina verde, que me
chama, me convida e seduz. Por quantas curvas ainda vou me perder enquanto
passeio pelo teu corpo? Por quantos mundos eu viajo enquanto me perco? Nem eu
sei e, pra falar a verdade, nem quero mais saber. Aliás, quem disse que eu
quero me achar? É que você me desarma, moço - e eu fico toda perdida. É que
você me confunde e me faz esquecer do que li naqueles manuais. Você fugiu das
regras, inclusive das minhas.
Não resisto aos teus olhos claros por entre o contraste do
teu cabelo escuro bagunçado e meio sem corte - e você sabe disso. Aí você ri e
põe a mão no queixo imaginando o que eu estou pensando - e eu nem sei em que
pensar. Ele não sabe quase nada de Literatura, não gosta da minha banda
preferida, ele não tem talento pra ser romântico. Mas eu gosto dele mesmo
assim. Eu gosto daquele jeito bruto, gosto da fala mansa, do sorriso meio de
canto e da forma tosca como me enlaça e me faz perder o fôlego. Gosto das tuas
mãos quentes e leves que sabem bem onde pousar, gosto da barba por fazer quando
dança pelo meu corpo. E eu gosto da tua dança, eu gosto do teu ritmo. Eu gosto
de você, rapaz – e do seu passo desajeitado.
Eu sei que você esconde um tesouro por detrás desse olhar,
eu sei que você esconde segredos que eu ainda vou desvendar. O moço é todo mar.
É todo onda. E é por detrás desses teus olhos que eu quero me afogar.
*/Simone Oliveira
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